MERGULHANDO NO SABER...
Caminhamos por terras áridas, com belezas de tons divinos.
Subimos. Descemos.
E sempre persistimos, em busca do horizonte,
Em busca de uma resposta que sanasse a nossa curiosidade mortal.
Fomos em frente. Seguros na promessa da certeza, da certeza da conquista.
E então vimos.
Vimos o paraíso mais secreto da humanidade.
Vimos onde o céu abraça o mar.
Vimos águas caudalosas que, dançavam à brisa, em formosas ondas.
Vimos mais do que um simples olhar pudesse entender,
Ou mais que a imaginação pudesse revelar.
Nós sentimos. Nós vivemos.
Quando ao som de um chamado estávamos todos convidados,
Para mergulhar.
Descobrimos que amávamos.
Descobrimos a beleza que, a mancha da civilização tentara tanto ofuscar.
Quando mergulhamos não erámos guiados mais pela razão,
Mas atraídos por belezas que outrora só vistas em sonhos.
Fomos cobertos por lençóis de águas cristalinas que nos envolviam.
Como se fossemos novamente puros bebês,
Conhecemos a grandeza da vida com a riqueza de um olhar inocente.
Estávamos cegos, completamente enfeitiçados.
Mergulhamos e agora sabemos que estamos vivos;
Ativados pela lembrança da água salgada que nos recobria;
Purificados pela complexidade da mãe terra;
Confortáveis nas lembranças que guardam saberes.
Esses saberes que nos tornaram uma família, regida pelo amor, segura na razão e apaixonada pelo mar.
Mesmo que sonhássemos o mais ousado possível,
Não poderíamos reviver aquela sensação.
Mergulhamos e isso ficou no passado.
Mas trazemos no futuro riquezas arraigadas na alma.
Porque sabemos que mesmo o ato mais insano de nossa existência,
Não Conseguiria apagar o que foi escrito em nosso peito,
Na altura do coração:
O amor.
Porque mergulhamos e,
Vimos as bolhas dançarem ao reflexo do sol,
Vimos seres nunca antes imaginados,
Vimos a vida que habita o imenso azul dos oceanos.
Naquele dia fomos tocados pela alma das marés
E fomos abraçados pelo sentimento de paz.
Paz, somente.
Porque mergulhamos,
Porque agora vivemos,
Porque agora amamos.
O Mergulho, a única certeza de que somos um;
A única certeza de que o azul do infinito céu, um dia toca o azul do divino mar.
Nascemos quando abrimos os olhos na sagrada morada das ondas.